
Atrasada, queria chegar cedo pra aula. Inda mais aula de Michelotto, e com minha xará alí monitorando, ficaria difícil eu chegar despercebida. Logo nessa segunda feita,uma hora mais meia hora, os textos por encenar ainda...
Ah, o mercadinho! Entrei para comprar meu biscoito de sempre... Ei, pera aí? Vejo um burburinho...
Curiosa, entro. E vejo... Paulo...
Queiroz...
de Oliveira!!!
O mesmo velho enrugado que foi embora há quase 10 anos... Mas dessa vez está mais jovial que nunca. Paulo...
Empurrei-o, tocando-o : Não acredito... PAULO ESTÁ MORTO, MORTO!!!!
Ele continuou a olhar para mim... e me pede:
- Me abraça, Polly...
- Você está morto! - respondi baixinho, olhando em seus olhos, segurando em seus braços...
Perdendo essa força aos poucos - morto...
Ninguém no estabelecimento olhou pra gente, todos ocupados em seus afazeres, quinze prás duas. Arrastei-o para fora:
- Tá me atrasando! - disse , reclamando - Vamos!
- Pra onde, pra UFPE? - perguntou o velho, com certo interesse.
- Como você sabe? - retruquei assustada, como ele saberia?
- Filha, com essa camisa amarela cheguei, como eu não iria notar esse brasão aí? - brinca ele - sou velho mas não sou mais cego... fazes artes?
- Si-sim... - respondo assustada.
O velho me interrompe e fala:
- Ótimo, eu sabia que irias escolher isso mesmo. Vamos lá, quero conhecer...
- Hey - interrompo-o - o senhor ainda não me explicou essa sua reencarnação, reessussitação, o que for!
- Você foi ao meu enterro? - ironiza, o cenho mais franzido ainda - foi??
Entreguei os pontos... é , gente... não fui ao enterro do velho...
- É , pai, teus filhos me contaram tempos depois...
E quando notei, já estávamos no ponto de ônibus... e êpa, lá vem um CDU/ Shopping, vamos pai!!!
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