quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Pai (08/08/08)


Ontem o esperei no local de sempre,a biblioteca, para voltar pra casa. Impressionante como escureceu rápido. A noite chegou mais ele não. Esperei meia hora, quarenta minutos, sessenta... Nada. Liguei para a minha mãe, perguntei por ele, nada. Chovia.
Andei até a parada de ônibus, perto do Cac. Ele estava parado lá. Perguntei onde ele tinha ficado todo esse tempo. Ele disse que ficara uma hora me esperando dentro da biblioteca, esperando. Argumentei que eu estava na biblioteca. Estava cansada. Ele disse o quanto eu era estúpida, idiota.
Liguei pra minha mãe, avisei que não iria pegar ônibus, tinha o achado e já estávamos voltando. Ele mandou que lhe passasse o celular e a gritos a disse o quanto eu era abestalhada. Que sinceramente não merecia ter filhas como nós. Gritei, disse que o abestalhado era ele. Ele me olhou com raiva. Mandou aos gritos que eu me calasse, disse que eu não tinha respeito nenhum.
Gritei. Disse que se eu não me calasse me dava um murro. Minha voz já embargava, as lágrimas corriam a face, mesmo assim falei que se me bater era o que ele queria, que batesse. Silêncio. E o silêncio ficou até a volta pra casa.
A chegada, estacionou e ficou dentro do carro. Saí e entrei sozinha no elevador. Entrei em casa e fui direto para o meu quarto e fechei a porta com força. Chorei. Minha mãe abriu a porta do quarto e entrou.

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