Estive me perguntando se alguém, algum dia, me leria. Não espero que me reconheçam entre linhas, pois não me formo apenas de linhas, apenas uso delas para ser além. Porém, a pergunta em que me pego pensando é se estaria você me lendo, agora.
É frustrante um monólogo. O quão longe se forma opiniões quando se um só se expõe?!
Espero que longe o suficiente pra seja lido, talvez se não fosse ousadia, diria até longe o suficiente pra ser querido.
O pássaro pousou, pra sobreviver precisa ser breve, objetivo. Esse pássaro não tem necessidade de participação nesta história. É que com os dias de escrita percebo o quanto tenho de improvisar para transformar uma curta história em longa. Já que usei o pássaro, continuo presumindo sobre a vida dele. Ele não parece temer a morte, apesar dela estar cada dia mais próxima. Afinal, a vida é um eco do nada. A alma do pássaro provavelmente já morreu, mas seu corpo não sabe e ainda se movimenta entre as lacunas do espaço.
Minhas mãos são muito brancas, e mesmo parada me sinto tonta, no escuro sinto cair. Mas o pássaro não sente a minha presença. Ele já vai longe, voando para o seu ninho. Contudo, olho a ida do pássaro, meu único amigo e tenho que dizer: “A vida é uma batalha na qual eu já fui vencida”.
Um comentário:
Eu li você, o pássaro e a vida.
A vida é boa por que é só isso mesmo.
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