18h. Tirou o último cigarro e o isqueiro do bolso. Acendeu. Tragou. Soltou toda a fumaça a tossir. Esperava ele. Era a hora certa.Ernesto maquinava cada ação aflito. Viu o outro dobrar a esquina. Correu em zigue-zague entre os carros. Engarrafamento. Deu de cara com ele. Gritou:
- Te mato, ricardinho de merda!
Ricardo ouviu o grito mesmo estando com os fones, e reconheceu aquela voz quase engasgada. Virou-se para ver o perigo se aproximar, temendo que o louco estivesse armado. Resolveu sair da Rosa e Silva, pegando a Bandeira Filho a passos largos, rápidos, tão grandes quanto as próprias pernas e a própria altura, finalmente valera a alcunha de Chita nos tempos de colégio, as poças por todo cantos e bueiros retornando maré cheia, chegando na Agamenon, correndo ao longo da via... Precisava chegar logo na João de Barros - lá teria abrigo e proteção - pensava enquanto esbracejava a polícia por ter removido a viatura da Aluízio. Olhou para a Agamenon, inteiramente engarrafada, travada, inerte...nervosa.
Ernesto atrás. Desarmado porém furioso. A chuva grossa. Ele ensopado. Rua ensopada. Ele odiava água.
Ricardo porém não se incomodava, até gostava: era um alívio naquela maratona forçada. Resolveu atravessar a avenida, ignorando acessos, pistas laterais e quaisquer outras coisas, até mesmo ignorou a ponte logo à frente: Antepenúltimo, penúltimo, último passo e o salto.
Ricardo não sentia mais nada, apenas a chuva e seu corpo molhado, seu corpo em posição fetal, ao seu redor, apenas o ar, e as gotinhas da chuva, transe que se acabou num duro encontro com a grama e a lama do outro lado, e sorrindo calmamente apenas ouviu um barulho de algo caindo n'água e um grito revoltado:
- Merda!!!
3 comentários:
polly, que cabecinha fértil a tua!
- Te mato, ricardinho de merda!
huahuahuahuahua
melhor é o Ricardo pulando o canal da Agamenon!
é a cabeça mais fértil desses 2 últimos anos!
vá em frente menina!
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