terça-feira, 4 de novembro de 2008

Desencontos #1

Tirou da carteira o último cigarro. Acendeu. Tragou.
A enfermeirinha andava a passos curtos pela calçada. Pequena, mignon, perfeita. Anoitecia. Era necessário chegar na casa da mana mais velha até às sete, senão era sermão e briga.

Esquinas, esquinas, esquinas... Finalmente já se encontrava na via principal. Mas pro sentido subúrbio era necessário atravessar a avenida. Esperou impacientemente no sinal, que demorava a mostrar-se vermelho.

Estava verde...
Amarelou,
Então amadureceu em luz vermelha, intenso.

Um pé na faixa, freou uma Belina azul, em sua frente, ultrapassando um tanto nas marcas do asfalto. O homem lá dentro agia surreal:

- Olá, tudo bom? - como se a moça fosse conhecida dele, ou como se Caruaru fosse mais interiorana do que realmente era.

- Olá... - respondeu a moça, quase muda pelo susto e pelo medo.

A passos forçadamente largos, que quase o tamanho das pernas não facilitava, nossa heroína seguiu até o ponto de ônibus. Queria esquecer aquele homem, que tinha uma cara um tanto árabe, um tanto grega, um tanto italiana, como se fosse um forasteiro.

Pensando ter despistado o homem, a enfermeirinha pediu parada ao ônibus de sempre, e seguiu sua jornada de volta para casa. Mas, a pouquíssimos metros dali, o misterioso homem fitava atentamente, marcando o ônibus que a bela moça tomara.

Um comentário:

maisumverso disse...

aiii, que tensão, conta mais *___*